O Furacão Melissa, um dos ciclones tropicais mais potentes já registrados no Atlântico, deixou um rastro de destruição sem precedentes no Caribe, impactando severamente Jamaica, Cuba e Haiti. A tempestade, que atingiu a categoria máxima 5 na escala Saffir-Simpson, causou perdas humanas e econômicas em uma escala catastrófica, reforçando os alertas sobre os efeitos das mudanças climáticas na região. Today, the full scope of the devastation is becoming clearer.
A Fúria do Furacão Melissa
Formado em 21 de outubro de 2025, o Furacão Melissa intensificou-se rapidamente, tornando-se uma força da natureza sem paralelo. Alcançou ventos sustentados de até 295 km/h, sendo classificado como o terceiro furacão mais intenso já registrado no Atlântico, empatado com o furacão do Dia do Trabalho de 1935. Foi o furacão mais forte a atingir a costa caribenha em 90 anos e o mais intenso na bacia atlântica. Em 28 de outubro, o Melissa tocou solo jamaicano como um furacão categoria 5, o que não acontecia com essa magnitude há décadas. Nos dias seguintes, atingiu Cuba como categoria 3, trazendo consigo ventos destrutivos e chuvas torrenciais.
Jamaica Sob Ataque Catastrófico
Na Jamaica, o Furacão Melissa foi declarado o mais forte a atingir a ilha, superando o furacão Gilbert de 1988. Atingiu a costa com ventos de quase 300 km/h, causando uma “devastação sem precedentes”. Pelo menos 75% da ilha ficou sem energia elétrica e cerca de 122.000 residências foram danificadas ou destruídas. Estradas foram bloqueadas, infraestruturas críticas como hospitais foram severamente afetadas – com quatro unidades de saúde danificadas e uma delas perdendo energia, forçando a evacuação de pacientes. O impacto econômico é colossal, com estimativas preliminares indicando perdas equivalentes ao Produto Interno Bruto (PIB) anual do país, que em 2024 foi de quase US$ 20 bilhões. A recuperação completa da ilha, declarada “zona de catástrofe”, pode levar anos, com o turismo, um pilar da economia regional, sendo fortemente abalado. As autoridades jamaicanas projetam a recuperação total do setor até dezembro de 2025, buscando reconstruir com foco em sustentabilidade. Foram registradas pelo menos 19 mortes confirmadas na Jamaica.
Cuba Lida com Danos Significativos e Evacuações em Massa
Cuba enfrentou o Furacão Melissa como uma tempestade categoria 3, com ventos de até 193 km/h. Apesar da redução de força em comparação com o impacto na Jamaica, os danos foram consideráveis. Cerca de 992.000 casas foram danificadas ou destruídas nas províncias orientais, afetando também mais de 460 instalações médicas e 1.552 escolas. Mais de 78.000 hectares de plantações foram perdidos. O país, que já enfrentava uma crise elétrica e epidemiológica, viu a situação se agravar. No entanto, a evacuação preventiva de mais de 800.000 pessoas das áreas de risco, uma operação de larga escala, evitou perdas de vidas humanas, resultando em zero fatalidades relatadas em Cuba. Os Estados Unidos anunciaram uma ajuda humanitária de US$ 3 milhões para auxiliar os moradores mais afetados. Aproximadamente 120.000 pessoas permanecem desalojadas.
Haiti: Inundações Catastróficas e Perdas Humanas
No Haiti, o Furacão Melissa desencadeou inundações catastróficas. A cidade costeira de Petit-Goâve foi severamente afetada pelo transbordamento do rio La Digue, que varreu dezenas de casas e causou um número significativo de mortes. Relatórios indicam entre 10 e 88 fatalidades no Haiti, com algumas fontes reportando um total regional de 30 mortes (26 no Haiti). Mais de 16.000 pessoas foram forçadas a fugir de suas casas devido às enchentes generalizadas.
Resposta Regional e Desafios Econômicos
A extensão dos danos gerou uma crise humanitária em todo o Caribe. Equipes humanitárias da ONU e parceiros regionais intensificaram os esforços de emergência, com a ONU ativando uma resposta de grande escala para salvar vidas, garantir acesso humanitário e apoiar a recuperação das comunidades. Agências como o Programa Mundial de Alimentos (WFP) e o Fundo Central de Resposta a Emergências da ONU mobilizaram recursos, incluindo suprimentos pré-posicionados e assistência financeira. O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu a “mobilização de recursos maciços” para lidar com as perdas e os danos, estimados em dezenas de bilhões de dólares em toda a região.
As Mudanças Climáticas e o Futuro do Caribe
O Furacão Melissa serve como um lembrete sombrio da crescente intensidade e frequência de tempestades extremas, fortemente ligadas às mudanças climáticas. Cientistas alertam que o aquecimento global está alimentando furacões mais fortes e rápidos, com um potencial destrutivo cada vez maior. A temporada de furacões no Atlântico em 2025 já estava prevista para ser acima da média, impulsionada por temperaturas oceânicas recordes. Este evento extremo sublinha a insuficiência dos planos climáticos nacionais atuais e a necessidade urgente de intensificar a ação climática global. A região do Caribe, altamente dependente do turismo e com significativas desigualdades sociais, é particularmente vulnerável a esses fenômenos, enfrentando anos de reconstrução e adaptação. A organização de sistemas de alerta precoce eficazes e a integração de estratégias de resiliência climática no planejamento urbano são essenciais para o futuro da região.
A passage of Hurricane Melissa across the Caribbean is a stark reminder of the planet’s vulnerability and the urgent need for global action on climate change.
